quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Insomnia

Edward Poynter - The Nymph's bathing place

Logo tu, 
Tímida caçadora de Ártemis
Com teus banhos proibidos escondendo uma beleza pura
Apesar da ferocidade de um disparo de arco e flecha

Oh ninfa de tão belo e profundo lago
Se banhando na seiva láctea do brilho eterno da lua
Refletido sobre a superfície de tua macia pele de seda
De cabelos e olhos escuros como o cosmos a noite, 
Mas com um brilho vívido amadeirado da floresta
Os mesmos dedos firmes que apontam a seta mortal 
Se movem suaves por entre as ondulações do cabelo molhado
Diana te abençoa sob o reflexo de suas águas

Quando vês estás nadando na própria lua encarnada em tua graça
Se fazendo una com tal beleza estonteante
A graça de teus movimentos cria marés, 
Teu corpo sobre a superfície gera ondas 
Que são ecos de teu toque sutil
Alcançando as areias de oníricas praias
E como move teu corpo com suavidade!
Parece levitar por entre as estrelas encantando com teu brilho celeste
Antes fosse tão próxima quanto se faz parecer

Ao me devorar com tua iluminada presença, ouvem-se apenas uivos
Te toco com muito esforço com o prolongamento de um sentimento
Através da vibração de encantadoras notas
Melodias geradas pela influência de tua gravidade, 
Que vibram as cordas da harpa das emoções
Afinal, o que poderia um sátiro perdido na floresta
Ter com tua presença intocável? 
Distante e ao mesmo tempo tão marcante

Talvez não seja a lua, 
Talvez seja um reflexo, 
Talvez seja ilusão...
Oh céus, tu és a lua!

E em teu nome canto uma canção, 
Te puxo dos céus com um laço de versos
Te faço matéria, de carne, osso e alma novamente

Caminhas então no mundo terreno longe das nuvens
Mas a lua, ora, a lua nunca saiu de ti

 

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